O que seria da entrada triunfal da noiva sem um buquê? Além de ser um acessório clássico dos casamentos, o buquê de noiva é escolhido com todo o cuidado pelas futuras esposas – para além de combinar com a decoração, ele pode ser carregado de diversos significados. Mas como esse costume surgiu? É o que vamos desvendar nesse post!
Uma história de gregos e romanos
Não se sabe o local exato onde se iniciou a tradição de usar o buquê de noiva em casamentos. Mesmo com várias teorias atravessadas, sua origem está fortemente associada aos povos da Antiguidade.
Tanto em Roma quanto na Grécia, o adorno era usado para a proteção das noivas. Acreditava-se que determinadas flores, ervas – e até mesmo alho – tinham componentes capazes de repelir o mau-olhado e espíritos maldosos. Além disso, pela influência da mitologia, o buquê de noiva era visto pelos gregos como uma forma de honrar a deusa Hera, esposa de ninguém menos que Zeus, com a oferta de flores.
O buquê de noiva era também um… disfarce!
Isso mesmo que você leu: para além de espantar energias negativas, o buquê também tinha a finalidade de disfarçar os odores corporais dos presentes. Na época, os conceitos de higiene pessoal ainda não haviam se desenvolvido totalmente. As pessoas tomavam banhos mensais – na Europa, eram promovidos a banhos sazonais, por conta do frio intenso e da falta de água limpa.
E é daí que surgiu, também, a famosa tradição do mês das noivas: por marcar o fim do inverno e o início da primavera no hemisfério norte, o quinto mês do ano era perfeito para os casórios, já que trazia consigo o nascimento das flores – e a oportunidade de se higienizar sem morrer de frio!
Idade Média: todos constroem o buquê
Os casamentos na Idade Média mantinham a ideia dos poderes místicos – e cheirosos – do buquê de noiva. Porém, todos participavam de sua produção: durante a sua caminhada até a igreja, a noiva recebia flores, ervas e felicitações das pessoas. Sendo assim, o arranjo só ficava pronto no momento em que ela chegava ao altar.
Finalmente, as flores!
A era vitoriana foi um período de muitas transformações para os casórios – como os vestidos brancos, por exemplo, que foram popularizados na Inglaterra pela rainha Vitória. Além de toda a sofisticação, essa era trouxe uma das maiores – e mais pertinentes – inovações ao buquê de noiva: as ervas e especiarias finalmente foram substituídas pelas flores.
A troca se deu tanto para disfarçar os odores corporais quanto para expressar as intenções da noiva. Naquele tempo, as emoções das pessoas – principalmente das mulheres – eram muito reprimidas, pois declará-las era condenado pela sociedade. Os buquês, então, tinham o papel de transmitir os sentimentos da noiva com a “linguagem das flores”, por meio de suas cores e suas formas.
Rosas vermelhas indicavam romance e paixão, girassóis eram um símbolo de alegria e os lírios significavam pureza e admiração. Cravos, por outro lado, indicavam desprezo e rejeição.
O buquê que conhecemos hoje: da Europa para o mundo
A era vitoriana foi um marco na história europeia. Não demorou muito para que os países vizinhos começassem a aderir à moda do buquê de noiva mais sofisticado e carregado de simbolismo. É claro que, com o tempo, cada povo adaptou suas crenças e significados em volta do adorno – mas a influência da realeza inglesa perdura até os dias de hoje!
Isso se deve ao fato dos países europeus terem colonizado muitos continentes. Sendo assim, um buquê que reflete os sentimentos da noiva e a personalidade do casório é apenas uma das heranças desse período.
Quem vai pegar o buquê?
Atualmente, o buquê é protagonista de um dos momentos mais esperados dos casamentos: o de lançá-lo para a próxima noiva sortuda!
Existe uma história que é associada a essa tradição: a lenda grega da Maçã Dourada da Discórdia. Nesse mito, Eris, a deusa do caos, jogou uma maçã no meio da festa de casamento de Peleus e Thetis, como um “prêmio” de beleza. Eris atingiu seus objetivos ao gerar uma briga entre Afrodite, Atena e Hera – que mais tarde desencadearia a Guerra de Tróia.
Surgindo da discórdia ou não, o costume atravessa gerações e tem como principal objetivo repartir a alegria. Ainda nos tempos mais remotos, as noivas costumavam expressar seus votos de felicidade à solteira que conseguisse pegar o buquê lançado às cegas. Isso se fortaleceu principalmente na Idade Média, época em que o casamento era o grande propósito de vida das mulheres. Mesmo com os ideais se alterando com o tempo, a hora do lançamento do buquê ainda é um clássico, que une e diverte todos os convidados!
Os tipos de buquê de noiva:
Agora que você já conhece a origem do buquê, conheça os diferentes tipos de arranjo:
Cascata
Esse arranjo se caracteriza pelos ramos em forma de cascata. É indicado para noivas de silhueta mais alta e combina muito bem com vestidos mais simples e discretos.
Buquê redondo
Um clássico, este tipo de buquê possui os cabos menores, justamente para dar mais evidência às flores e para que a noiva consiga carregá-lo bem próximo de si. Ele é perfeito para vestidos mais tradicionais e de renda.
Ramalhete
Ao contrário do buquê redondo, o ramalhete é menor e mais discreto – ou seja, combina muito bem com vestidos mais elaborados. Ele possui os cabos longos, que podem ser decorados com fitas de cetim.
Hoop Bouquet
Esse buquê é uma ótima alternativa para as noivas mais modernas e descontraídas. O formato de aro acompanhado das flores do campo traz um ar de romantismo campestre, mas sem perder o charme. Se quiser, a noiva pode utilizar outras flores e até mesmo adicionar alguns requintes para deixar o buquê mais sofisticado.
Você conhecia todas as histórias que envolvem a origem do buquê de noiva? O adorno fica ainda mais especial depois de tantos significados!
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