Assim como qualquer outra, uma cerimônia judaica é um momento de muita alegria. Porém, existe uma série de particularidades e rituais emocionantes que fazem do casamento judaico algo único a ser experienciado. É importante conhecer as tradições que antecedem o dia do evento – e as que acontecem nele – para planejá-lo com cuidado e realizar uma cerimônia incrível!
Antes de tudo, é essencial ressaltar que os simbolismos podem variar dependendo da ramificação do judaísmo que o casal segue (ortodoxa, conservadora, reformista etc.). Preste atenção a esse detalhe!
Antes da celebração
O período que antecede um casamento judaico é tão importante quanto o dia da própria cerimônia: é o tempo de purificação dos noivos. Dessa forma, eles recebem o perdão de todos os seus pecados enquanto praticam atos de bondade e se voltam para a reflexão espiritual. O casal fica sem se ver por pelo menos sete dias antes do evento. Depois, nos dois dias anteriores ao casamento, noivo e noiva vão separados até a sinagoga, para orar enquanto tomam um banho especial e purificante, o Micvê.
O casal também deve se atentar ao contrato de noivado, o Ketubá, que pode ser feito antes ou no dia do evento. Ele deve ser assinado pelos noivos e mais duas testemunhas, que precisam ser homens sem relação de parentesco.
Chegou o grande dia!
No dia da celebração, o casal deve ficar em jejum. A prática se inicia ao amanhecer e só termina junto com a cerimônia, mais tarde. De acordo com a tradição, o jejum serve para a reflexão espiritual e a purificação da alma. Com isso, é concedido o perdão de todos os pecados dos noivos, que agora podem começar a vida de casados.
É ainda no dia do casamento que a troca de presentes entre os noivos acontece: ele ganha um talit (xale de orações) e ela é presenteada com um par de castiçais.
Tradições do casamento judaico
Durante o casamento judaico, além dos rituais, são utilizados acessórios e estruturas com simbolismos extremamente importantes. Para produzir uma cerimônia livre de erros, é importante conhecer todos eles:
O vestido da noiva
Para os judeus, uma noiva tem que se casar de branco. A cor significa pureza e é o sinal de que todos os pecados foram perdoados. O noivo, por sua vez, deve usar o kitel branco em cima das costas – que é um lembrete de sempre pensar em Deus e evitar o pecado.
O rabino
Algumas correntes judaicas permitem que familiares mais velhos oficializem a união, mas algumas exigem que um rabino o faça. Além de conduzirem os serviços religiosos da comunidade hebraica, os rabinos são os líderes da vida educacional e social dos judeus.
Calabat Panim
O Calabat Panim é a recepção que os amigos e familiares fazem ao casal. Ele marca o início da celebração do casamento judaico.
A chuppah
A Chuppah (pronuncia-se rupá) é a tenda instalada sobre o altar, onde ficam os familiares e é celebrada a união dos noivos. Segundo a tradição, a Chuppah é a representação do futuro lar do casal. Ela deve ter aberturas dos quatro lados pois remete à tenda de Abraão: aberta a todos os povos, de qualquer direção. É também por conta da Chuppah que algumas correntes judaicas realizam a cerimônia preferencialmente em ambientes abertos.
O quipá
Todos os homens têm de usar o quipá durante a celebração do casamento judaico. Colocando o quipá (aquele “chapéu” redondinho) na cabeça, os homens simbolizam que Deus está acima de todos – e acompanhando todos os nossos atos.
Entrada triunfal dos noivos
No casamento judaico, tanto o noivo quanto a noiva entram acompanhados pelos pais. Ele chega primeiro ao altar – respeitando a tradição de que o consentimento da mulher é essencial para a união do casal. Quando ela chega logo após o noivo, além de confirmar as intenções matrimoniais, também tem o seu rosto coberto pelo véu, antes de entrar na Chuppah.
Badeken
Nesse ritual, o noivo cobre o rosto da noiva com o véu após a sua entrada. Esse é um sinal de recato. Segundo a tradição, essa atitude quer dizer que a noiva não foi escolhida por sua beleza exterior, mas sim pela sua alma e seu caráter.
As sete voltas
Quando chegam ao altar e entregam sua filha ao futuro genro, os pais da noiva dão sete voltas ao redor do noivo, no sentido anti-horário. Esse costume remete aos sete dias da criação do mundo. Ao fim do ritual, a noiva fica do lado direito do futuro marido, para simbolizar que sempre estará ao lado dele. Em algumas tradições, é a própria noiva que dá as sete voltas.
A troca de alianças
Esse é o ritual mais importante da cerimônia. A partir do momento em que o noivo coloca a aliança no dedo indicador da futura esposa – que deve ser da sua mão mais forte, independente se ela for destra ou canhota – eles já são considerados casados.
Segundo o judaísmo, a aliança é o símbolo de um elo eterno. Além disso, ela significa confiança, proteção e lealdade até o fim da vida dos noivos.
Quebra do copo
Uma das tradições mais conhecidas, a quebra do copo simboliza a destruição do templo de Jerusalém e a mortalidade dos homens.
Mazel Tov!
O “grito de guerra” não é nada menos que um desejo de boa sorte (em hebraico) aos noivos!
A festa do casamento judaico: se atente ao cardápio
Depois da cerimônia, a festa do casamento judaico costuma ser bem animada. É muitíssimo importante se preocupar com o menu, que precisa servir comida Kosher.
Carne, leite e derivados não podem se misturar de jeito nenhum. Por isso, todos os talheres devem ser esterilizados e a preparação da comida deve ser supervisionada por um rabino.
Quantas emoções rondam um casamento judaico, né? Agora que você sabe o significado de todas as tradições, fica muito mais fácil produzir um evento marcante!